Notícia - "No Kings Day": nova onda de protestos promete levar milhões às ruas nos EUA neste sábado (18)

Quatro meses após uma das maiores mobilizações populares da história recente dos Estados Unidos, milhões de pessoas prometem voltar às ruas neste sábado (18), para participar do segundo “No Kings Day”, o dia nacional de protestos convocado por uma ampla coalizão de sindicatos, organizações e movimentos sociais.

As manifestações estão previstas para acontecer em mais de 2.500 locais pelo país, além de atos de solidariedade no Canadá, México e Europa.

O novo “Dia Sem Reis” (em tradução livre) acontece num momento em que o governo Trump enfrenta um shutdown (paralisação do governo diante de impasses orçamentários) e tensão política sem precedentes.

O shutdown resultou em milhares de servidores sem salário ou em licença, ao mesmo tempo em que aumenta o repúdio às ações de Trump, acusado de promover “tomadas de poder autoritárias, atacar liberdades civis e corroer as bases democráticas do país”.

Segundo os organizadores, o nome “No Kings” simboliza a rejeição ao que classificam como o projeto de poder de Trump para concentrar autoridade, desafiar tribunais e agir como um monarca moderno. “Em 18 de outubro, milhões de nós nos levantaremos novamente para mostrar ao mundo: a América não tem reis e o poder pertence ao povo”, diz a declaração oficial divulgada pelo movimento.

Os protestos denunciam a política de militarização interna que vem sendo imposta por Trump, com o envio de forças federais a cidades americanas governadas por democratas e outras ações, como a tentativa de censurar apresentadores de programas de TV críticos ao governo.

A nota dos movimentos afirma: “o governo está atacando famílias imigrantes, fazendo perfilamento racial, prendendo e detendo pessoas sem mandado; ameaçando manipular eleições; desmontando o sistema de saúde, as proteções ambientais e a educação justamente quando as famílias mais precisam; distorcendo os mapas eleitorais para silenciar eleitores; ignorando os massacres em escolas e comunidades; e aumentando o custo de vida enquanto distribuem benefícios gigantescos a bilionários aliados, enquanto as famílias lutam para sobreviver”.

“O presidente Trump disse abertamente que quer um terceiro mandato e já está agindo como um monarca”, afirma também o texto. “Mas o povo americano não se curva a reis.”

Em junho, estima-se que mais de cinco milhões de pessoas marcharam sob as palavras de ordem “Sem tronos, sem coroas, sem reis”, no que se tornou a maior manifestação de um único dia desde a volta de Trump à Casa Branca. A nova jornada neste sábado pretender superar essa marca.

O presidente da Câmara, Mike Johnson, e outros líderes do Partido Republicano acusam a oposição de prolongar o impasse em torno do shutdown para coincidir com as manifestações. “Eles estão esperando pelo comício de ódio à América”, afirmou Johnson à Fox News, em referência aos protestos. Os organizadores rebatem. A Federação Americana de Funcionários Públicos (AFGE), que representa 820 mil servidores federais, declarou apoio ao “No Kings” e denunciou a paralisação como “mais uma tomada de poder autoritária”.

A mobilização também ganhou apoio de figuras públicas, como o ator Robert De Niro, que comparou o protesto à luta dos colonos americanos contra o domínio do rei George III, há 250 anos. “Agora temos um aspirante a rei que quer tirar de nós a democracia. O Rei Donald I. Que se dane isso!”, declarou o ator em vídeo divulgado pelo Projeto Indivisible.

A nova onda de manifestações nos Estados Unidos ocorre em meio a um cenário internacional de intensa efervescência social. Protestos massivos também se espalham por países da Ásia, África e América Latina, onde populações enfrentam regimes autoritários, desigualdade e crises econômicas agravadas por políticas neoliberais.

Toda solidariedade e apoio aos que lutam!


Fonte:  CSP-CONLUTAS - 20/10/2025

 

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